domingo, 1 de maio de 2011

SIMBOLOGIA DOS ELEMENTOS - SÉRIE 2

POR QUÊ ABSINTO?
Foto:Maira Lins

Eu não sabia como era bom o absinto. Hoje, quando sua mulheu serviu sopa no jantar, eu queria era absinto.”
Rimbaud
Hipócrates, o pai da medicina, costumava receitar uma planta chamada Artemisia Absinthium para tratar anemia, asma reumatismo e cólicas mentruais.
Em 1792, na Suíça, Pierre Ordinaire – um médico monarquista francês- criou o Absinto para fins medicinais; mais tarde descobriu que a mistura dessas ervas, poderia ser transformada em solução alcoólica. Em 1797 foi criada a primeira fábrica para fins não medicinais. Acreditava-se, nos séculos XIX e XX, que o absinto era um grande afrodisíaco e potencializador da criatividade, o que inspirava muitos a fazerem de seu uso um ótimo estimulante na criação de textos e obras de arte. Foi assim que o absinto passou a ser conhecido como “A Fada Verde” - fada madrinha da nova expressão artística que ali surgia.
O sabor do absinto é obtido através da mistura de ingredientes como anis e uma diversidade de ervas.
Como reação ao consumo pelos artistas, o Absinto foi considerado uma bebida maldita, capaz de provocar alucinações, convulsões e destruição das faculdades responsáveis pelo equilíbrio humano. Na verdade, o grande incômodo era dado a partir dos modos irreverentes daqueles que o consumiam, das provocações que faziam e, especialmente, do resultado de suas obras, sempre à frente do tempo, convidando a mudanças.
O absinto foi a bebida preferida de mestres como Van Gogh, Pablo Picasso, Degas e Manet, e também muito apreciada por escritores e poetas como o nosso Paul Verlaine, Baudelaire, Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Ernest Hemingway. 
Atualmente, a bebida teve seu teor alcoólico original de 85% alc/vol. reduzido conforme a legislação dos países onde o consumo é liberado. No Brasil, por exemplo, este teor caiu para 54% o maximo permitido pela nossa legislação, teor relativamente alto comprado à cachaça que fica por volta dos 40%.
O Absinto hoje é servido de inúmeras maneiras, desde sua forma clássica - com um torrão de açúcar derretido por uma pedra de gelo sobre uma colher perfurada - até nos suaves drinks com frutas ou na culinária.
Rimbaud conheceu o Absinto através de Verlaine. E, claro, apreciou tanto seu paladar como seus efeitos.


HILDA NASCIMENTO - PREPARADORA DE ELENCO E DIRETORA ASSISTENTE

Um comentário:

  1. Tudo que cai no gosto artístico é motivo para polêmico em qualquer tempo ou ocasião.

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